quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Corrida do Galinho - Serra das Russas


Me recuperando de dores no joelho e proibida por meu fisioterapeuta Henrique de voltar a correr, no último sábado 15/01 vivenciei um outro lado das corridas de rua. Por ocasião da Corrida do Galinho, em que corredores da ACORJA, ENDORFINADOS e o BALEIAS Miguel Delgado fizeram uma corrida de 54 km (idade do Galinho) no bonito trecho de Bonança até Gravatá, estreei fazendo o apoio do meu irmão Júlio e da amiga Joelma no percurso de 12 km entre Pombos e o Rei das Coxinhas em Gravatá.
Mariana que também estava em Aldeia não foi correr pra aproveitar o dia com os fofos Rafael e João Guilherme, e na companhia dos filhos de Júlio, Léo, Herique, Arthur e Maria Júlia aproveitaram bastante o dia de sol na piscina.

Saímos de Aldeia as 6 da manhã sob um sol fraco e céu coberto de nuvens que prometia uma corrida em ótimas condições.
Joelma, pontual com sempre, já nos esperava em Pombos para o início da corrida. No caminho encontramos vários amigos corredores que nesse ponto já haviam percorrido mais ou menos 30 km de estrada.  
Comprei água e gatorade para meus atletas que muito animados deram a largada tendo a companhia, nesse momento, de Juliana Job, do aniversariante Ricardo Galinho e de Cezinha.
Percurso bonito mas difícil, 8km  da subida da Serra das Russas, e haja disposição... A previsão de sol fraco não se confirmou e como é de praxe no Nordeste, ele veio castigando...
Combinamos fazer três paradas para hidratação, nos km 3, 6 e 9. Nessas paradas tivemos a companhia de filho de Ricardo, Vítor, que estava fazendo o apoio do pai e de Ju Job. Tereza Sorriso, que me disse que tinha corrido "somente" 30 km, também estava dando suporte a alguns corredores... Aí também encontrei Gilmar que abriu mão de correr para fotografar os amigos com aquela máquina "ruinzinha" dele... Pena que na correria nem deu pra conversar direito.


 
No fim dos 12 km Júlio estava sobrando e Joelma, apesar de reclamar da subida, chegou inteira e já faz planos para correr a Meia de Santiago do Chile em março.



Júlio voando...(Foto de Gilmar)

Júlio, Jaque e Ju Job  (Foto de Gilmar
  

Júlio e Alemão

Júlio e Cezinha subindo...(Foto de Gilmar)


Júlio e seu Vibran  (Foto de Gilmar)

Júlio, Galinho e Ju Job no Túnel Cascavel  (Foto de Gilmar)

Saindo do Cascavel

Joelma   (Foto de Gilmar)
 
Concentração de Miguel na Serra das Russas (Foto de Gilmar)

Joelma subindo a Serra das Russas
Animação de Joelma na chegada
Miguel agora é ULTRAMARATONISTA!!(Foto de Gilmar)

O bom de tudo foi encontrar os amigos da ACORJA Lula, Ju Job, Ricardo Galinho, Bagetti, Alemão, Jaque, Marinês, Paes, Tereza, Gilmar e o amigo Baleias Miguel Delgado que pela animação que o encontrei na subida da Serra das Russas já era certo que ele ia se tornar um ultramaratonista em terras pernambucanas... Valeu Miguel!!  E estamos esperando o seu relato no Blog Baleias.

Como mamãe e o resto da família nos esperavam em Aldeia, declinamos do convite para a farra do Galinho em Gravatá e voltamos para a casa de Júlio onde também fizemos nossa festa com direito a churrasco e cerveja na companhia de Mariana, Diego, Chris e Mirna.

Churrasco

Mesmo chateada por estar no "estaleiro" e com saudades de correr, também curti estar no "lado B" das corridas, como diz Gilmar.
Só assim pude perceber melhor a felicidade que é correr entre amigos e sentir de perto a energia, a solidariedade e o companheirismo que une as pessoas que fazem das corridas de rua uma paixão.
Beijos a todos!
Boas corridas!
Mônica Cordeiro











segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A SÃO SILVESTRE POR GRAÇA ARAÚJO

DIÁRIO DE UMA CORREDORA ESTREANTE NA SÃO SILVESTRE

30.12.2010

Estou começando esta que deve ser uma das experiências mais incríveis da vida de um corredor “ iniciante”: conhecer a São Silvestre. Ainda no avião encontrei Ricardo Dubeux, um maratonista , que também irá correr a São Silvestre junto com o filho de quinze anos que, como eu, vai estrear na competição. De Ricardo , que já correu várias vezes a São Silvestre, ouvi algumas dicas importantes sobre nutrição e cuidados na hora da largada, afinal são mais de vinte mil pessoas largando ao mesmo tempo. Algumas educadas, outras nem tanto… Enfim , a sugestão de Ricardo é largar bem atrás , quando os apressados já se foram.

A conversa boa encurtou a distância e daqui a pouco já estava desembarcando no aeroporto de Guarulhos , nessa cidade grande onde vivi quase toda a minha vida. Já desembarquei aqui várias vezes mas esta era diferente! Tinha dois pares de tênis na bagagem . Minha irmã Conceicão e meu sobrinho Alan Jonnes que moram aqui em São Paulo se encarregaram de apanhar o meu kit e aí veio a decepção… A medalha já estava lá ! É a primeira vez que isso aconteceu na minha curta carreira de corredora. Não preciso nem dizer que isso virou motivo de chacota . O mínimo que escutei foi “ você nem precisa correr a medalha já esta aqui”. A justificativa dos organizadores é que o número de inscritos é muito grande e a logística de entrega do chip e o recebimento da medalha no final da competição fica muito complicada. Tinha que fazer essa mudança justo este ano que vou estrear na competição ? Corredor que é corredor sabe o prazer que dá esse momento, o ritual. Deixei o assunto medalha pra lá e tratei de ir conhecer cada metro dos quinze quilômetros por onde vou passar amanhã, se Deus quiser…


Medalha Antecipada



 
O roteiro é desafiador. Nada como a brisa e a paisagem dos 8 quilômetros da orla da zona sul do Recife, onde treinei para a corrida. Na verdade fiz um grande esforço para olhar com os olhos e o coraçao de Caetano Veloso o cruzamento da Av. Ipiranga com a Av. São João , quando já terão sido percorridos três quilômetros do roteiro que começa na Av. Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo. É triste constatar como está degradada a parte velha da capital Paulista. Só não é pior que a do Recife,onde muitos prédios ameaçam desabar. Felizmente já há comentários por aqui de que os organizadores da São Silvestre planejam mudar o roteiro da corrida de forma que ela possa contemplar o Parque do Ibirapuera e colocar um pouco mais de verde em nosso caminho , além de possibilitar a participação de mais competidores porque o número é limitado a 21 mil atualmente porque a Av. Paulista não comporta mais do que isso.


Todos os atletas da elite que foram ouvidos concordam que a corrida era melhor quando acontecia a noite mas interesses comerciais impuseram a eles ( ou impuseram a nós? ) a aridez do asfalto e do sol ao longo do percurso.


Meu treinador , Paulo Montanha , até me instruiu para que tomasse muita água e dormisse cedo na véspera da corrida. Tomar água foi muito fácil dormir cedo nem tanto assim. Quem disse que eu conseguia relaxar e tirar da minha cabeça a imagem dantesca dos 2 km de ladeira da Av. Brigadeiro Luis Antonio? Não sei que horas foi mas seguramente já era madrugada quando eu consegui dormir.


31.12.2010- DIA DA CORRIDA

Não seguí a recomendação de ninguém e só acordei as nove da manhã. Café reforçado e vamos a Paulista conhecer o local da largada para não haver surpresas.

A tensão não me largava, afinal, tudo que tinha ouvido até aquele momento era que estava por vir a corrida mais difícil da minha vida.
Hora do almoço e fui novamente seguir as recomendações: macarrão, que eu não comia ha séculos… Tres horas depois ir para a concentração . Começava aí o meu encontro com a “verdade”sobre a São Silvestre.

Alan Jonnes, sobrinho e fotógrafo de Graça


Eu minha família e milhares de pessoas na avenida Paulista. Só corredores eram 21 mil. Torcedores então…Nem dava pra contar…


Graça e a irmã Conceição


Agua à vontade, banheiros químicos, figuras fantasiadas, recomendações e eu só pensava na Brigadeiro Luís Antônio. Emocionante a hora da largada, preferí ficar atrás. Deu certo, não fui atropelada.


Irreverência




Corredores fantasiados



 
Começa a descida da Consolação. Primeira recomendação não seguida. Apertei o passo mesmo sendo uma descida. Foi multidão na frente, atrás e ao lado durante todo tempo. Uns correndo bem ,outros muito lentos… O melhor momento da prova foi entre o km 4 e 6 km onde está o Elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão. Os moradores do entorno fizeram imensas faixas para nos informar que o Brasil havia conquistado o primeiro lugar no masculino, depois de três anos, com o tri-campeão , Marílson Gomes . Foi uma festa! Pensei comigo: terei que voltar à São Silvestre anos seguidos com o meu pezinho quente para que o Brasil não deixe de ganhar, como aconteceu nos últimos três anos.


Mas a Brigadeiro Luis Antônio ainda estava por vir. Aí caiu outro mito da São Silvestre. Não é tudo aquilo que falam. Fácil ? Não é. Impossível? Muito menos. A torcida dá força. Os mais dispostos comandam gritos de ordem e, quando você menos espera, chegou!


Concluí que minha São Silvestre nunca será igual a sua, nem a de ninguém. Quer saber? Faça a sua corrida sem temer tanto, sem comer tanto, sem superestimar tanto a competição. Só o treino é indispensável . Só a satisfação é comum a todos que completam o percurso e, pelo que ví , todos completam. Cada um do seu jeito, como tem que ser tudo na vida, inclusive na São Silvestre. Ano que vem estarei de volta. Quem sabe até com patrocínio.
Agora vou me dedicar a uma dieta porque a ingesta de carboidratos foi muito maior do que precisava. Ganhei alguns quilos indesejáveis. Esse erro eu não cometo mais…


Graça Araujo da São Silvestre, especialmente para o blog das Irmãs Cordeiro.